Popularmente conhecida como Gripe Suína ou Gripe A, a Gripe H1N1 se antecipou nesse ano e preocupa a maioria dos brasileiros. Confira a seguir as principais dúvidas sobre a doença e fique atento aos sintomas e em como preveni-los.
A Gripe H1N1 é uma doença causada pelo vírus Influenza A H1N1, uma mutação do vírus da gripe, porém mais forte do que aquele que nós estamos acostumados. Essa gripe é transmitida da mesma maneira que a gripe comum, mas os seus sintomas são mais fortes, repentinos e, se não tratados logo no início, podem levar a pessoa ao óbito.
Os vírus da influenza A, de agente etiológico Myxovirus influenzae, são os únicos capazes de provocar epidemias anuais frequentes e, em menor proporção, pandemias.
São capazes de atingir todas as faixas etárias em um curto período de tempo, característica possível devido ao seu grande poder de variabilidade e adaptação.
Por possuir material genético de natureza fragmentada, o vírus passa por várias mutações durante a fase de replicação. Nesse processo, as proteínas da superfície (hemaglutinina e neuraminidase) se modificam.
As mutações que o vírus influenza sofre acontecem de forma independente. Como consequência, uma variante do vírus pode passar a circulação entre a população e causar a doença, uma vez que a imunidade não está preparada para uma nova cepa.
Assim como a gripe sazonal, a Gripe H1N1 pode variar de branda a grave na questão intensidade. De 2005 a 2009 houve apenas 12 casos da doença nos Estados Unidos, porém nos anos de 2009 e 2010 houve uma pandemia extremamente grave.
O surto global teve início no México, em 2009, expandindo-se posteriormente para a América do Norte, Europa e Oceania. Em abril daquele mesmo ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a epidemia era uma “emergência na saúde pública internacional”, isto é, todos os países do planeta estavam sujeitos a doença.
A Gripe H1N1 estava, em uma escala de 1 a 6 de alerta da OMS, na escala 6, definindo-a como pandemia em todo o mundo. Em 2010, o Brasil teve mais de 58 mil casos da doença e 2.100 mortes confirmadas.
Apesar da gripe ser uma doença de inverno, a Gripe H1N1 chegou mais cedo em 2016 aqui no Brasil e já é responsável por metade dos casos de gripe no país. No começo de abril desse ano, 15 estados foram constatados com casos confirmados de Gripe H1N1 e o fluxo maior está na região Sudeste apenas em São Paulo, eles ultrapassam 80% de todo o país. Alguns casos da doença foram confirmados já no Verão e acredita-se que a causa desse adiantamento seja a condição climática provocada pelo fenômeno El Niño.
A doença foi detectada mundialmente pela primeira vez na pandemia de 1919 e, desde então, o vírus causador age como vírus de gripe sazonal.
Os principais casos da Gripe H1N1 em pessoas foram descobertos no México em 2008. Cientificamente, o vírus Influenza A já era conhecido por afetar os porcos, mas em humanos era a primeira vez que acontecia, através de uma mutação desse mesmo vírus, hoje conhecido como H1N1.
A Gripe H1N1, assim como a gripe comum, pode ser transmitida através do contato de objetos contaminados, gotículas respiratórias no ar e contato com a saliva de alguém que esteja com o vírus.
Segundo o infectologista André Sales Braga, uma pessoa infectada com o vírus pode transmiti-lo entre 24 horas e 7 dias após a contaminação, ou seja, todo cuidado é pouco com as nossas precauções.
Ao contrário do que muitos pensam, não há risco algum de se contaminar com a doença através da carne de porco, pois de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o vírus é transmitido apenas de pessoas para pessoas.
Como já dissemos, os sintomas desse tipo de gripe são muito parecidos com os da gripe comum. Dentre os sintomas, podemos destacar os mais conhecidos nossos, como:
Além desses sintomas, é possível, ainda, que também ocorra diarreia e vômito na pessoa infectada, mas esses não são tão recorrentes quanto os acima relatados.
A recomendação é que, ao constatar a frequência desses sintomas, ou pelo menos de alguns deles, você procure ajuda médica para se submeter a um exame clínico e, assim, ter certeza do diagnóstico.
Em suma, há 3 tipos de especialistas a quem você pode ir:
Esse profissional tem a responsabilidade de tratar da sua saúde, independente de qual área seja o problema. O clínico geral estuda o corpo e a saúde humana, portanto, saberá indicar o que for melhor para você, seja um remédio ou outro profissional ao qual recorrer.
Profissional que estuda as diversas infecções causadas por patógenos, como bactérias, vírus, fungos e outros. Como a Gripe H1N1 é transmitida pelo vírus Influenza A H1N1, o infectologista saberá diagnosticar precisamente se os seus sintomas correspondem a doença.
Especialista em pneumologia, isto é, doenças de vias aéreas inferiores, o pneumologista poderá te auxiliar no diagnóstico e na prescrição de medicamentos que você possa vir a tomar.
Além da ajuda médica, que normalmente indica medicamentos como o Tamiflu ou Relenza para o tratamento da doença, outras dicas são importantes para você acrescentar ao seu dia a dia:
Em 2018, a campanha de vacinação contra a gripe, realizada pelo Ministério da Saúde, vai de 23 de abril a 1º de junho. Neste ano, a imunização oferece proteção contra os três subtipos do vírus que apresentam mais casos registrados de infecção: H1N1, H3N2 e Influenza B.
As vacinas são disponibilizadas tanto por laboratórios particulares quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos laboratórios particulares, o preço médio é de 130 reais. Para os grupos considerados de risco, o SUS disponibiliza gratuitamente a vacina.
Todas as pessoas podem receber a vacina, mas para os grupos de risco, ela se torna indispensável. De acordo com a Ministério da Saúde, os seguintes grupos devem ser priorizados:
Os possíveis efeitos colaterais da vacina são divididos em dois tipos: locais e sistêmicos. Incluem os seguintes sintomas:
As manifestações locais, como dor no local e vermelhidão, são sinais considerados benignos. Acontecem entre 15% a 20% dos pacientes e tende a desaparecer dentro de 48 horas após a aplicação.
Os sinais como febre e mal-estar, identificados como reações sistêmicas, podem acontecer entre 6 horas a 12 horas após a vacina e permanecer por até 2 dias.
Dentro desse tempo, se os sintomas não melhorarem, o paciente deve procurar orientação médica. Não são efeitos colaterais comuns, sendo recorrentes em 1% dos pacientes que recebem, normalmente quando se refere ao primeiro contato com a vacina.
A vacina contra influenza tinha como contraindicação ser evitada por pessoas com histórico de alergia grave à proteína do ovo.
No entanto, de acordo com as novas recomendações do Centro de Controle de Doenças (CDC) e do Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização (ACIP), nos EUA, é possível que essas pessoas sejam vacinadas.
Essas diretrizes, propostas no ano de 2016, colocam algumas condições para que os alérgicos recebem a vacinação com segurança.
Com essas novas recomendações, tem-se que não é mais necessário que pessoas alérgicas ao ovo permaneçam por 30 minutos em observação, como no antigo procedimento.
No entanto, como é recomendado para todo tipo de vacina injetável, que pode provocar tontura no paciente, todas as pessoas devem permanecer em observação por 15 minutos, até serem liberadas.
Pessoas que apresentam reação alérgica ao receber a primeira dose também são consideradas dentro do grupo de contraindicações e não devem receber novamente a vacina.
Sendo assim, vale lembrar, que mesmo com a nova revisão acerca da vacinação para alérgicos a ovo, é necessário tomar cuidado e seguir corretamente todo o procedimento.
A vacina também não deve ser aplicada em crianças menores de 6 meses de idade.
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, afirma que as pessoas que geralmente vão a óbito são as que tem riscos especiais. “As crianças menores de dois anos, por exemplo, têm alto risco de hospitalização, mas nem tanto risco para óbito. As que estão na faixa etária entre dois e cinco anos não têm tanto risco de serem hospitalizadas ou de morrer, mas têm risco para adoecer de formas mais complexas.”.
As pessoas que compõem esse grupo seleto são as seguintes:
A esse grupo seleto, o sistema público e privado de saúde oferecem a vacina de prevenção contra a Gripe H1N1.
Referência: Minuto Saudável